HABILIDADE, UMA QUESTÃO DE OPINIÃO

“Seu noob, só sabe soltar skill”, “vai ficar o pvp todo só no cima Z?”, “só sabe jogar com classe de noob, aff”.

Se você já tentou se aventurar em partidas de PvP, com certeza já deve ter lido alguma dessas frases. Não importa se você jogou na Season 1 ou na Season V, apesar de o jogo ter evoluído na questão gameplay — ainda que os que não jogam mais ainda insistirem que isso não é verdade —, algumas coisas não mudaram. Hoje em dia, é difícil ver os termos “speller” e “camper”, tão comuns antigamente, sendo utilizados para insinuar que alguém não possui habilidade, apesar de isso ser uma técnica de jogo que, pelo menos beeeem antigamente, possuia counter play.

O que me motivou a escrever um artigo como esse foi algo que aconteceu enquanto eu jogava uma partida de sobrevivência com a minha alquimista, uma classe com a qual eu jogo desde que foi lançada. Eu fiquei vivo até restar apenas mais um oponente, um Xamã que utilizou Esfera de Cazeaje num PvP “regras camp”. Depois de ter matado uma Arquimaga, ela começou a me xingar dizendo que eu era noob porque “só ficava no cima Z”. Sim, isso mesmo: uma Arquimaga, que faz 50% a mais de esforço do que eu — “só fica no cima baixo Z”, pra ser mais claro — reclamou que eu, que jogava com uma classe igualmente limitada e recentemente nerfada (“lá vem bomba” e “bomba tóxica” foram nerfadas há bastante tempo, mas acho que ninguém reparou) estava me acusando de ser ruim por utilizar o único recurso realmente viável do qual a classe dispõe. Os outros, até onde eu sei, seriam o combo e o giro — que eu usava depois de conseguir parar o meu oponente com uma bomba e iniciar um combo — , os únicos ataques que a alquimista possui…

Há classes em Grand Chase que exigem do jogador a habilidade de apertar teclas rapidamente, tirando assim o máximo proveito que essa classe tem a oferecer. O Vingador é o exemplo clássico desse tipo de classe, mas também podemos citar uma classe mais atual: o Ryujin. Algo comum entre a maioria dos 19 personagens existentes é a possibilidade de fazer dashs avançados, em que o jogador tem que apertar diversas vezes as mesmas teclas rapidamente e no momento certo, algo que também é considerado “smash button” — quem já jogou em conferência com pessoas que dominam essa técnica deve ter ouvido o barulho do teclado.

   
Sequência repetitiva? Defesa eficaz?

Acontece que esse tipo de jogabilidade é amplamente aceito, ainda mais com a adição de tantas classes com uma quantidade insana de movimentos e técnicas, mas acabaram esquecendo das classes com recursos limitados. Além de todas as classes da Arme, que são as que possuem a menor quantidade de movimentos, muitos outros personagens e classes também “sofrem” (entre aspas, já que isso não é necessariamente algo ruim, mas alguns jogadores insistem em ignorar isso e generalizar todo o seu jogo em uma pequena sequência de movimentos) com isso. Outras já possuem mais recursos, mas não têm tanta facilidade para chegar no oponente e iniciar um combo, então têm que recorrer à forma clássica de desarmar o oponente com um simples “cima Z”.(imagem disponibilizada pela GCPlayer)

Mas por que insistem em falar que jogador “x” é noob porque “só fica no cima Z” ou algo do tipo? Os casos mais engraçados são de jogadores que utilizam classes com diversos recursos, mas não conseguem usar nenhum pra simplesmente chegar naquele jogador que fica realizando o mesmo movimento repetidamente. Oras, se o seu oponente só fica fazendo a mesma coisa sempre, pense em um jeito de limitá-lo. Quem quer se dar bem com classes “limitadas” precisa ter paciência e esperar o momento certo para atacar, porque um erro pode custar muito caro contra um Vingador, ou uma Edel, por exemplo.

Você, assim como eu, já deve ter se irritado jogando contra um Avatar, Alquimista, Diva, e Superstar (antes da última modificação) ou algumas outras classes. O que elas têm em comum? A invencibilidade. O caso mais irritante é o do Avatar, que possui uma invencibilidade muito longa durante os cortes e o chute. Quer dizer, além de conseguir executar um combo infinito (desde que o jogador não erre um movimento ou o oponente não dê counter), ele ainda possui um grande período de invencibilidade. Sim, isso é muito irritante, mas não faz sentido você xingar um jogador por causa de um erro da KOG, até porque não é tão fácil quanto parece manter aquele combo.

A invencibilidade em movimentos ofensivos (que não permite counter play) é só um dos fatores que irritam muito durante uma partida, e acabam levando alguns jogadores a chamarem outros de noob e coisas do tipo. Alguns desses problemas, aliás, foram trabalhados (parcialmente resolvidos) pela KOG: o ressuscitar da Alquimista, da Amy e da Holy (Glória)— mas esqueceram de mexer no do Ryan, que continua com a mesma mecânica e tempo de duração… — e os delays prioritários, que foram removidos da maioria das classes que realmente não precisavam, mas a Lin Trevas e a sua Ferocidade continuam lá, firme e forte em uma personagem que, definitivamente, não precisava desse recurso, ainda mais em uma habilidade como essa.